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Foto do escritorCláudio Bender

O plástico é um dos vilões na sua alimentação! Entenda mais

Atualizado: 16 de nov. de 2022


Quando pensamos em nutrição e saúde, tendemos a focar na qualidade e valor nutricional dos alimentos, mas dificilmente questionamos a embalagem que os acondicionam.

As embalagens de plástico estão presentes em praticamente todos os produtos comercializados, até mesmo para embalar frutas, vegetais e legumes, além disso, é comum usarmos plástico para o transporte de alimentos e água.


O problema é que exposição ao plástico representa sérios riscos a nossa saúde, diversos químicos afetam o sistema endócrino, causam distúrbios hormonais e geram danos ao DNA, aumentando o risco de obesidade e câncer.

A alimentação é a principal forma de exposição, mais quais são as soluções? além de reduzir o uso de plástico, existem estratégias nutricionais que podem compensar os possíveis riscos à saúde.

O que são Ftalatos?


Ftalatos são uma classe de químicos utilizados vastamente pela indústria para tornar o plástico mais maleável. Os mais comuns são o Dibutilftalato (DBP) e os Ftalatos de dietila (DMP e DEP). Quase todo plástico contém alguma dessas substâncias.

Os plásticos são classificados por número, os que contem mais Ftalatos são os de número 1, 3 e 6. Os de número 2, 4 e 5 são os considerados mais seguros por apresentarem um menor teor.


Quais são os riscos à saúde do uso de plástico?


Os Ftalatos influenciam nosso balaço hormonal, por essa razão, são considerados antiandrogênicos, estrogênicos e obesogênicos.


Evidências consistentes comprovam que os Ftalatos são capazes de reduzir consideravelmente os níveis de testosterona em homens, podendo ser tóxicos ao sistema reprodutor masculino, afeando a fertilidade. Pesquisas mostram impactos especialmente na qualidade do esperma.


Os Ftalatos causam distúrbios dos hormônios sexuais e da tireoide, o que explica sua associação com o ganho de peso e a obesidade. Por serem solúveis em gordura, podem se acumular no tecido adiposo, aumentando ainda mais o problema.

Estudos recentes mostram que a exposição à esses químicos aumenta o risco de câncer de protesta e mama, especialmente em indivíduos obesos. Esse fato é explicado pelo desbalanço hormonal e pela capacidade dos Ftalatos de influenciarem a expressão gênica.


Como reduzir a exposição ao plástico?


A melhor forma de reduzir a exposição é, evidentemente, evitar consumir produtos embalados em plástico, várias empresas de preocupam em trazer embalagens de papel ou vidro. Devemos nos preocupar especialmente com produtos líquidos e gorduras, pois a solubilidade destes confere uma maior taxa de transferência química. Óleos vegetais, por exemplo, devem vir sempre em embalagens de vidro.

Para o transporte, prefira potes de vidro, especialmente quando o alimento tem uma consistência pastosa ou líquida. Use garrafas de vidro ou de aço inox para transportar água e outras bebidas.


Existem estratégias nutricionais para compensar a exposição ao plástico?

Alguns nutrientes que podem minimizar os danos causados pelos Ftalatos. Destacam-se os flavonoides, um grupo de fitoquímicos com propriedades antioxidantes e anticancerígenas.

O consumo regular de flavonoides parece interagir com a exposição aos Ftalatos, protegendo nosso organismo. Estudos mostram que mulheres com um alto consumo de vegetais ricos em flavonoides têm menor risco de câncer de mama, mesmo quando expostas aos Ftalatos.

As isoflavonas são químicos com capacidade de promover regulação hormonal e trazer efeitos protetores ao câncer de mama e de próstata. O consumo regular de alimentos como soja, quinoa e linhaça (ricos em isoflavonas) pode compensar os distúrbios hormonais causados pela exposição ao plástico e reduzir consideravelmente os riscos.

Conclusões e dicas


O plástico é de fato um problema de saúde. Os Ftalatos são associados a algumas das principais doenças da atualidade (obesidade, câncer e distúrbios hormonais) e a exposição deve ser evitada ao máximo. Claro que é impossível excluir completamente o contato com o plástico, mas podemos evitar e usar de estratégias nutricionais para minimizar os danos.

Dicas:

  • Evite consumir alimentos embalados em plástico, prefira embalagens de papel ou vidro;

  • Tenha atenção especial com os alimentos líquidos;

  • Tenha cuidado também com óleos e gorduras;

  • Transporte alimentos em embalagens de vidro;

  • Use garrafas de vidro ou aço inox;

  • Tenha um alto consumo de vegetais ricos em flavonoides (ex: brócolis, espinafre, cebola);

  • Tenha alimentos ricos em isoflavonas na sua dieta (ex: soja, quinoa, linhaça).

  • Prefira empresas que se preocupam em trazer embalagens sustentáveis e seguras para nossa saúde, valorize-as e faça parte da mudança!



Conteúdo por: Cláudio Bender | Nutricionista | CRN: 17268


 

Referências:


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Radke, E. G., Braun, J. M., Meeker, J. D., & Cooper, G. S. (2018). Phthalate exposure and male reproductive outcomes: a systematic review of the human epidemiological evidence. Environment international, 121, 764-793.


Solomon, O., Yousefi, P., Huen, K., Gunier, R. B., Escudero‐Fung, M., Barcellos, L. F., ... & Holland, N. (2017). Prenatal phthalate exposure and altered patterns of DNA methylation in cord blood. Environmental and molecular mutagenesis, 58(6), 398-410.


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