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Foto do escritorCláudio Bender

Vegetariano ou não você deveria parar de comer carne, saiba porque...

Atualizado: 1 de ago. de 2021


A carne faz parte da cultura dos brasileiros, ela é bem nutritiva e traz alguns nutrientes importantes em uma dieta. Por outro lado, esse alimento é contaminado com uma infinidade de químicos nocivos à nossa saúde.


Hoje, sabemos que o risco de doenças cardiovasculares e câncer é muito maior em quem consume carne regularmente, sabemos também que não há nenhum nutriente vital na carne, e que conseguimos suprir as ausências com estratégias nutricionais adequadas.


A Agência internacional de pesquisa em câncer (IARC), classifica a carne no grupo 1 (mesmo grupo do cigarro), sendo considerada carcinogênica. O último Código europeu contra o câncer recomendou limitar o consumo de carne e excluir seus derivados. O Instituto norte americano de pesquisa em câncer e o Fundo mundial de pesquisa em câncer recomendam reduzir o consumo de carne vermelha.


Se tantas entidades recomendam limitar, ou mesmo excluir, o consumo desse alimento, porque os nutricionistas insistem em prescreve-lo?


Se conseguimos os mesmo nutrientes em alimentos mais saudáveis, porque insistimos no consumo regular de carne?


Porque os nutricionistas insistem em prescrever carne?


Devido a falta de conhecimento! Mas, a carne não é uma ótima fonte de proteína? Sim, também é rica em vitaminas e minerais, com destaque especial para a vitamina B12 e o ferro.


A deficiência de B12 é uma comorbidade difícil de ser identificada e representa sérios riscos de saúde. A deficiência dessa vitamina é comum em quem limita o consumo de carne vermelha.


A anemia (deficiência de ferro) é um dos principais problemas de saúde no nosso país, afetando especialmente crianças menores de 2 anos e gestantes.


A carne é abundante no Brasil, acessível e bem aceita pela população. Por muito tempo, ela foi vista como solução para os problemas de saúde, nos cursos de nutrição aprendemos sobre os benefícios e somos estimulados a prescrever esse alimento.


Alguns nutricionistas até se negam a excluir a carne da dieta. Devido ao conhecimento limitado desses profissionais, há a propagação de informações errôneas, que não vão de acordo com os fatos científicos atuais.



Existem toxinas na carne?


Sim, diversas! O problema parte dos poluentes ambientais, toxinas que se acumulam no meio ambiente (devido às atividades humanas) e que vão parar nos alimentos. Boa parte desses elementos tóxicos são solúveis em gorduras e tendem a se acumular especialmente em alimentos de origem animal.


Segue abaixo uma lista com principais contaminantes que encontramos na carne:

  • Arsênico

  • Cádmio

  • Mercurio

  • Chumbo

  • Naftaleno policlorado

  • Bifenilpoliclorado

  • Éteres de difenila polibromados

  • Éteres de difenila polibromados

  • Dibenzodioxinas policloradas

  • Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HPAs)

  • Perfluoroquímicos (PFCs)

  • Pesticidas

Outro fato interessante é que o teor de contaminantes é o mesmo nas versões orgânicas, pois a origem da contaminação está no meio ambiente. Quer saber quais são os benefícios de adotar uma dieta vegetariana? Clique aqui.


Quais são os riscos à saúde de consumir carne regularmente?


A exposição aos químicos presentes na carne representa sérios riscos à nossa saúde, especialmente quanto ao risco de câncer. Esses químicos são genotóxicos, promovem estresse oxidativo e mutação gênica, causando danos ao DNA.


O consumo regular de carne é associado a mais de 15 diferentes tipos de câncer. As evidências mais robustas são em relação ao câncer de cólon, o consumo de 100g de carne por dia aumenta o risco de câncer de cólon em 17%!


Os problemas não param por aí, evidências mostram que o consumo regular de carne aumenta o risco de doenças cardiovasculares em 25%.


Até mesmo o diabetes parece ter associação, estudos mostram que consumir carne aumenta o risco do diabetes tipo 2, fato que é explicado pela alta concentração de ferro heme, que parece promover estresse oxidativo e causa dano tecidual, especialmente nas células pancreáticas responsáveis pela produção de insulina. Vale destacar que o mesmo dano não é observado com o ferro não heme, encontrado somente em alimentos de origem vegetal.

Conclusões e Dicas


Levando em consideração os fatos científicos atuais, fica claro que a carne não é, de forma alguma, um alimento saudável. Devemos entender que a carne é contaminada com inúmeras substâncias tóxicas e que o consumo regular representa sérios riscos à nossa saúde. A única forma de no proteger é limitando ou excluindo a carne da dieta.


Dicas:

  • Limite o consumo de carne vermelha em no máximo 5 porções de 100g por mês;

  • Se você leva a sua saúde a sério, exclua a carne vermelha da sua dieta;

  • Se você é atleta ou esportista, prefira suplementos veganos em detrimento ao consumo de carne;

  • Considere o vegetarianismo, é a melhor alternativa para a sua saúde;

  • Lembre-se que excluir a carne, pode levar à deficiências nutricionais, procure um nutricionista para te auxiliar!



Conteúdo por: Cláudio Bender | Nutricionista | CRN: 17268


 

Referências:


Bouvard, V., Loomis, D., Guyton, K. Z., Grosse, Y., Ghissassi, F. E., Benbrahim-Tallaa, L., ... & Corpet, D. (2015). Carcinogenicity of consumption of red and processed meat. The Lancet Oncology, 16(16), 1599-1600.


Dinu, M., Abbate, R., Gensini, G. F., Casini, A., & Sofi, F. (2017). Vegetarian, vegan diets and multiple health outcomes: a systematic review with meta-analysis of observational studies. Critical reviews in food science and nutrition, 57(17), 3640-3649.


Domingo, J. L., & Nadal, M. (2016). Carcinogenicity of consumption of red and processed meat: What about environmental contaminants?. Environmental research, 145, 109-115.

Domingo, J. L., & Nadal, M. (2017). Carcinogenicity of consumption of red meat and processed meat: a review of scientific news since the IARC decision. Food and chemical toxicology, 105, 256-261.

Jordão, R. E., Bernardi, J. L. D., & Barros Filho, A. D. A. (2009). Prevalência de anemia ferropriva no Brasil: uma revisão sistemática. Revista Paulista de Pediatria, 27(1), 90-98.


Talaei, M., Wang, Y. L., Yuan, J. M., Pan, A., & Koh, W. P. (2017). Meat, dietary heme iron, and risk of type 2 diabetes mellitus: the Singapore Chinese Health Study. American journal of epidemiology, 186(7), 824-833.








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